o Dr. Amilcar
O tratamento de Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a Scm e comportam cerca de SOmg de uma substância hormonal pura, que pode ser estradiol e testosterona bioidêntica, ou progestínico.
Tais substâncias podem ser usadas de forma associada ou não, de acordo com a necessidade de cada paciente, verificada em exames específicos.
Os implantes são colocados na região glútea. O procedimento de implantação dura menos de dez minutos, é indolor -já que é feito com anestesia local - e não apresenta restrições.
Após a implantação, o hormônio é liberado gradativamente na corrente sanguínea, de maneira segura e com dosagem personalizada, por um período de seis meses a um ano.
Os Implantes Hormonais de testosterona e estradiol são bioidênticos, o que significa que são iguais aos hormônios produzidos pelo próprio organismo, no que diz respeito à estrutura molecular.
Desenvolvidos a partir de amostras orgânicas extraídas da urina de homens e mulheres jovens, causam efeitos colaterais consideravelmente menores do que os desconfortos gerados pelos hormônios sintéticos - obtidos em "laboratório" e geralmente utilizados nos tratamentos convencionais.
A reposição hormonal com implantes de estradiol deve ser iniciada com base nos níveis sanguíneos do hormônio obtidos na fase proliferativa do ciclo menstrual.
Nas pacientes que se encontram na menopausa, a dosagem deve ser feita alguns dias depois de suspenso qualquer tipo de reposição hormonal que esteja em uso pela paciente.
A associação do estradiol com testosterona se faz habitualmente com base nos níveis sanguíneos de testosterona total. O número de implantes varia de acordo com a necessidade de cada paciente.
A gestrinona é um 19-nor esteróide, anti-estrogênico e anti-progesterona. O composto tem efeito anabolizante e hemostático, sendo por isso usado no tratamento de anemia. Patologias estrogênio-dependentes respondem bem a gestrinona e podem ser utilizadas em tratamentos de endometriose, miomas e mastopatias. É indicada também para TPM, baixa de libido, adenomiose, hipertrofia uterina, perda de massa muscular e da massa óssea, revertendo, quando associada ao estrogênio a osteopenia.
Sob a forma de implantes, a gestrinona oferece a vantagem de não passar pelo fígado na primeira passagem e ser liberada lentamente ao longo de um ano, inibindo a ovulação e a menstruação por um ano.
O Nestorone, conhecido também como Elcometrina e cuja sigla é ST-1435, está aprovada pelo Ministério da Saúde do Brasil como anticoncepcional para lactantes em virtude da ausência de efeitos colaterais de lactentes. Um único implante inibe a ovulação por seis meses. A menstruação e a TPM também são inibidas. O esteróide é um 19-nor esteróide que bloqueia tanto o pico estrogênico quanto o pico androgênico, reduzindo assim os níveis elevados dos hormônios na fase ovulatória. Também provoca regressão de endometriomas e miomas.
Em um estudo realizado no Brasil em pacientes com endometriose, portadoras de dismenorréia, a intensidade da dor foi reduzida desde o primeiro mês de tratamento. Ao final do primeiro trimestre, nenhuma paciente referia dor forte ou incapacitante cuja incidência foi reduzida de 86% para zero.
Outro progestínico que pode ser utilizado na reposição hormonal é o acetato de nomegestrol (NO). Em associação com o estradiol 17B (6E + 1NO), serve ao propósito de proteger o endométrio com menos efeitos colaterais do que o levonorgestrel, exigindo um número menor de implantes. Desenvolvido na Bahia e aprovado pelo Ministério da Saúde, foi registrado pelo laboratório farmacêutico Novartis como SURPLANTE, um anticoncepcional anual, mas ainda não foi comercializado. O Nomegestrol é largamente utilizado na Europa e no Brasil com o nome comercial de Lutenil.
Os principais padrões de sangramento do NO quando usado como anticoncepcional sob a forma de implante único contendo 55 mg de acetato de nomegestrol são diferentes dos outros implantes porque metade das pacientes (40-66%) menstrua regularmente e amenorréia é rara (2-5%). Em um estudo realizado em 1.803 mulheres em idade reprodutiva em nove países a ocorrência de gravidez ao fim de um ano foi de menos de 1%.